domingo, 19 de dezembro de 2010

PITÉU



















PITÉU


No profundo desse olhar
Onde o sentido nasce
Rotula-se a gente
Girassol aberto
Paixão e mente

Praia da noite
Enluarada
Por toda parte
Perfeitos lábios
Pulsam na rotina

É sempre o primeiro sol
Acordando a hora
No cair do último véu

Miguel Eduardo-

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL





















Que este NATAL se faça de esperanças
E que todas as cores tomem a mais bela forma
Para que eu possa assim os "ver", meus amigos
Das magníficas mãos universais
Em realizado sonho de festa
A pairar sorrindo PAZ.

FELIZ NATAL

Dezembro de 2010

Miguel Eduardo-

domingo, 5 de dezembro de 2010

INTERVALO
























INTERVALO

A um leve roçar
Os dedos sabem
Ser em ti

Mar embriagante
Que emudece palavras
Preenchido vício
Em salgadas profundezas

Um mundo no agudo afago
E foram luzinhas endoidecidas
Num pisca-pisca de furor danado
Fundir-se num movimento bailarino
Que dura a vida inteira

Miguel Eduardo-



sábado, 4 de dezembro de 2010

DESPERTAR DO POETA



















O que quer que seja
Paira no ar
Loucura mesmo
Aragem fina que vibra

Sabem os versos
Que as intenções decifram
Desejos, e na fala de uma estrela
Que uma janela invada
É dita a palavra indizível
Surgida ao léu, de repente
Música
Céu dispondo em aquarela
Salpicados cristais de luar

Sei no éter matizado e além
Nas transparências
Onde os sonhos se confundem
A cor da vida matizar-se
De inconscientes sentires
E de mentes que se queiram usar
Em poesia tão somente

Miguel Eduardo-






quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

BOTE CERTO




BOTE CERTO

Achado de sorte
Como brinquedo
Empina-se
À orgia de volteios
E abrindo as narinas
Ora rude ora maneiro
Qual touro bravio de tourada
Que estuda os gestos
Espumando
Toma posição
E ataca

Miguel-

domingo, 28 de novembro de 2010

INTROSPECTIVO



















INTROSPECTIVO

Fico na sensação de uma vertigem
Errante pela noite afora, ao vento
O coração rasgado em sua origem
Transforma em agonia o sentimento

E a solidão abarca inteira a noite
Na janela enquadrada que aparece
Qual vazio da lembrança como acoite
Na forma que flagela e permanece

E é tão cortante a dor ali pensada
Que a lágrima se põe aqui sentada
Neste colo marcado a ferro quente

Demoníada dor em mim tatuada
Fora um clamor macabro e onipotente
Que traz ainda um tempo que a consente

Miguel-

COMPLEXIDADE


















COMPLEXIDADE

No carinho das noites estreladas
Compostas de maneira a ser delírio
No torpor dos sentidos dissipadas
As lentes sobre o nu como colírio

Tal arte está de mãos deliciadas
Sensualidade em nós, prateado lírio
A perpetrar nas áreas mais sagradas
Onde o torpor invade quente e frio

Cálice borbulhante de cristais
Capricho da paixão incandescente
Em suspiros letárgicos e ais

E a força musicada e recorrente
Faz radiante e com gestos ancestrais
Um coquetel de corpos ventre-a-ventre

Miguel-

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

MULTIPLIX



Novidade// Sutil//Invisíveis Liras// Encantos

estrelas em palavras// são toques// ardentes// sonhos febris
tomam-me o corpo// como tochas// sedutoras brasas// atingem-me o coração
no afã de um nome novo...// cada mimo// luzes em pétalas...// nuanças românticas...

Karinna*// Miguel// Marilândia// Mardilê

TRIPLIX



De Amores// Pelo Sorriso // No remanso

sou nada ou infinito// sutilmente //deslizo sem destino
nas rosas que me colho// aveludada // embebo-me do sol
nos beijos que medito...// a ilusão recomeça! // Extravio-me pelo caminho

Karinna* // Miguel // Mardilê

TRIPLIX



Encanto// Tórrido Caminho// Gritando Vontades

Refúgio da noite// luz ambarina// que o flerte começa
Submisso instante// perfumada gruta// a ânsia de sempre
Condição// -desperta e louca-// as sensações ordenha

Miguel // Karinna* // Miguel





foto - ellen von unwerth: brinquedos...

TRIPLIX




Encanto// Horas Mortas // Na Orgia do Sonho

Refúgio da noite// Encasteladas // Luxúrias
Submisso instante//Dormências // Sedentas
Condição// D’horizonte // De mim

Miguel// Marilândia // Miguel




Rio Araguaia - Di Magalhães



Cúmplice// Chamado// Astral// Um Grito

uma palavra sonhada// possível// toma-me// de paixão
um sussurro repartido// canção presenteada// desejo febril// latente
uma solidão acompanhada...// a vida pede passagem!//sucumbo miragem...// nosso cheiro!

Karinna*// Miguel// Karinna*// Miguel

MULTIPLIX




Ternura// Embaixadora// da Ilusão// Traço e Laço

com a primavera,// uma nuance// de vermelho// ousado risco
nas asas do sonho// a madrugada esconde// o sofrimento da saudade// verso que acolhe
nasce a paixão// e o mundo se confunde todo// no compasso do tempo// sem solidão...

Mardilê// Miguel// Mardilê// Karinna*

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

ATÉ JÁ





Até já

Que as ilusões
Somem jamais
Aqui, onde os sonhos
Dizem demais...

Estou dentro de ti
Lá fora
É outra vida, ora
Despida de mim!

Miguel-

domingo, 21 de novembro de 2010

PÉTALAS






Pétalas

Transportando a mente
Teus lábios
Rabiscam
Idioma silencioso
Que afogueia o ser
Insinuante verbo
Que acende a pele
Tateando o nada
E se forma em torno
Do que é impossível
Dizer-te...

Miguel-


POETRIX

Chamado

possível
canção presenteada
a vida pede passagem!

Miguel

ENCANTO





Encanto

Refúgio da noite
Submisso instante
Condição

Miguel


sábado, 20 de novembro de 2010

VOZES
















VOZES

escutei-os
cada pássaro
anjos

foram-se
amigos de verdade
primaveras

memória
sabe o coração
é meio e fim

noite exata
destino
da viagem

Miguel-


domingo, 7 de novembro de 2010

Jardim que Arde





Jardim que Arde


pelo alto som
da noite afora
-leve sugestão
a íris brilha-
gesto intocado
intacta
cor da saudade
preferida
... e sou estrela
em ecos!
transparência...


Miguel


foto: elsa mota gomes



quarta-feira, 27 de outubro de 2010

NOITE





NOITE

Intacta saudade
Ainda antes de flor
Hora germinada

Do medo e de todos
Escondida no silêncio
Esquiva palavra

Enquanto o olhar
Puder enxergar o amor
Noite é pensamento

Miguel Eduardo-


domingo, 17 de outubro de 2010

URGENTE




















Urgente

Que paixão nos é
Se já temos
A noite?

Miguel




sábado, 16 de outubro de 2010

ADEUS





















Grita a excitação
Os sonhos bóiam
Desfeitos ou não
E tudo ultrapassam
Humano marulho até
Que a pele estala
E perfuma, e tu
Orvalho noturno
Que não me largas
Como algas
Fêmeas almas

És de longe um hálito

Mito calmo!

De quem será
O silêncio que desfila
A esta hora
Inferno ou paraíso-
Aquele que fala
E cala
Como seja
Um dia de alegria
De tristeza
De sol ou chuva
Nublado ou claro...
Seremos assim?






domingo, 26 de setembro de 2010

Chave Mestra










Chave Mestra

Porta para o infinito
Abre às ondas do sentir
E se deixa calmamente atravessar
Que se impõe atitude exata, e una
Impetuosa curiosidade que sobrevém
A quem dessa energia se alimenta
No instante preciso do prazer

Miguel

quarta-feira, 8 de setembro de 2010





Caso Sério

Jeitoso
O vento
A renda

Vestido leve
Cobre a noite
O corpo exaure

E eu não repouso
O sono cessa
Ante a elegância

Por isso os versos
No tempo
De os dizer

Miguel-


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A MENTE-














A MENTE-

Como eu quisesse estar ausência tida
Assim a face ao mar em muda areia
Levada em vento, para bem na ida
Ao ar ser livre, como é a sereia

Então, demente e esguia ogiva intensa
Tal uma escada ao céu levando adeuses
Ficasse eu só memória e pura crença
A ver corando o dia incertas vezes

No breu noturno acende ela ametista
Em estrelado cio de estrelas lindas
Solta a vencer sem ter lembrança à vista

Viúvo sol do vento amoralista
Tua língua foge quando tu te findas
Na minha mente feito de aforista

Miguel-

sábado, 7 de agosto de 2010

BONECA

















BONECA

INVULNERÁVEL
FRAÇÃO IRREDUTÍVEL
DA MAIS SIMPLES FÓRMULA

MIGUEL-

domingo, 11 de julho de 2010

MISTERIOSA-

























MISTERIOSA-

Um pouco mais de ti se descortina
Recolhe as garras de arranhar
E nos teus lindos ares, bailarina,
Dá-me um cantinho pra enroscar

Que então meu ego, de tantos carinhos
Teu corpo em só paixão febril
o tornará, qual aconchego em ninhos
Minha escritura mais viril

Assim te quero, com esse olhar de gata
Olhar de cio e tão profundo
Que olhando tudo, ferozmente cala

E quanto mais me fico nesse mundo
Imensa fome que arrebata
Veloz atiça a carne e manda fundo

Miguel-

sábado, 26 de junho de 2010

ESCOLHO

















Escolho

sucessivas ondas
em segredo redimido...
primeiro sentido
que contemplo!
(breve renúncia)
acima das nuvens
são meus motivos
nascentes
prazer infinito
que nos inventa!

Miguel-

quinta-feira, 24 de junho de 2010

DESEJOS





















Desejos

Num toque
Distinguem-se
Deixam resíduos
Pela carne em fantasia

E todo o silêncio
-Como ilhas de sonhos-
Basta-se, qual num buquê
A harmonia mágica de cada flor

Miguel-

sábado, 12 de junho de 2010

No teu corpo de mulher



No teu corpo de mulher

Tímida a palavra
Se me revela
Poesia inteira
Além das evidentes
Imagens evasivas

Edifício da música
O pensamento é sábio
Limítrofe do mistério
No exercício da procura
À resposta sem limites

Pequeno ideal que te constrói
Luxúria azul do céu


Miguel

quinta-feira, 20 de maio de 2010

CORROMPA O DESEJO
















Corrompa o desejo
Trocando em miúdos
O istante da íris
Único, intenso
Lamba e não toque
A linguagem viva
Dispensada de palavras
Que as pernas amolece
E se entranha na gente
E na umidade retendo-se
É fruta agridoce
Língua-quitute


Miguel-

quarta-feira, 19 de maio de 2010

NO ARDOR FACÍNORA DA ESCRITA
















No ardor facínora da escrita

Lábios cor de rosa
Em corpo avigorado
Grande amante loura
Em boca sequiosa
Triunfa o capricho
Dos campos siderais
És o azul profundo

Miguel-

domingo, 16 de maio de 2010

FIBHAIKU
















No
Céu
Carícia
O arco-íris
Mágico desenha
A impressão digital de Deus

Miguel-

quinta-feira, 13 de maio de 2010

POESIA EM SEU INTERIOR GRITA





















Poesia em seu interior grita
Às níveas plantas e flores
Sempre abertas aos amantes

Move-lhes os passos
E às doces partes diz
Em ledo som que amores canta

Como os desejos mimam

Miguel-


de: um poema não tem fim não.ning

sexta-feira, 7 de maio de 2010

SIGNIFICADO TATUADO




Pinta um tanto faz
No quê da perturbação
Nuvem que se insinua pena
Embaixadora, entrelaçada
Com a roupa e o cheiro
No enunciado mudo
Da crença violada e rouca


Parágrafo desacrescentado
Umedecidos olhos negros
Na mania que impera e cega
Como fora em sonho
Um passado irrealizado

Se daqui pra frente será presente
Ou quiçá alegria consentida
O vermelho que a madrugada esconde
Traspassa-se, como essa índole
Extrema e nata

Miguel-

sexta-feira, 16 de abril de 2010

SEGUINTE






















SEGUINTE

Vira
Podes não fazê-lo
Mas a intimidade do pensamento
Essa, não conjugarás
Que o estudo de ti será inconcluso
Da metade do livro que faltou
Aos olhos ávidos por decorar
Letra a letra, corpo e alma
Do começo ao fim e ao contrário
O amor, a sensação, o riso
De um soluço aflito
E toda a emoção fecunda
Própria ao dueto de improviso
Às reverências que sempre faço
E desconhecerás o quê do místico
Que há no secreto desse teu ar
E que contemplo de um tal jeito
Escancarado e às escuras
Tão belo mundo indefinido para mim
Assim agora tão faminto
Dos meus sonhos e de ti
Completamente

Miguel Eduardo Gonçalves

*** *** ***

SEGUINTE

Vira pássaro selvagem
Podes não fazê-lo num instante inteiro
Mas a intimidade do pensamento nas madeixas
Essa, não conjugarás em frases sonolentas
Que o estudo de ti será inconcluso cheirando a beijo
Da metade do livro que faltou num tórrido pedido crespo
Aos olhos ávidos por decorar bélicos parágrafos
Letra a letra, corpo e alma pontuando a luz partilhada
Do começo ao fim e ao contrário benção dessa graça
O amor, a sensação, o riso no altar da escrita
De um soluço aflito corpo em ode recém nascida
E toda a emoção fecunda como de vida um choro
Própria ao dueto de improviso na liga que solidifica-nos
Às reverências que sempre faço no bosque que tu acenas asas
E desconhecerás o quê do místico na penugem arrepiada
Que há no secreto desse teu ar divindade ônix
E que contemplo de um tal jeito pulsante e destemido
Escancarado e às escuras o segredo do enlevo
Tão belo mundo indefinido para mim amante
Assim agora tão faminto um olhar passeio
Dos meus sonhos e de ti alçando vôos paraíso
Completamente somos alma e desejo

Miguel Eduardo Gonçalves & Karinna*


*** *** ***

*
Enfim*

Pássaro selvagem
Num instante inteiro
Nas madeixas
Em frases sonolentas
Cheirando a beijo
Num tórrido pedido crespo
Bélicos parágrafos
Pontuando a luz partilhada
Benção dessa graça
No altar da escrita
Corpo em ode recém nascida
Como de vida um choro
Na liga que solidifica-nos
No bosque que tu acenas asas
Na penugem arrepiada
Divindade ônix
Pulsante e destemido
O segredo do enlevo
Amante
Um olhar passeio
Alçando vôos paraíso
Somos alma e desejo

Karinna*

sábado, 3 de abril de 2010

FARO DO INSTINTO EM FLOR - Karinna* & Miguel



FARO DO INSTINTO EM FLOR (prosa poética)

Nesse outono despertar encanto, em que a luz deixa, forma e tributo, súbitas pegadas pele, num crescendo de arrepio o altar por que melhor o rumo me encaminhe viajantes colinas, e se rompa à resistência oferecida ilimitado fulgor, quando abaixo em teu semblante de flor tributo à beleza, aptidão, festa pagã, crescendo vontade devagar teus sibilantes segredos, vier ao instigante mar salgado.
- Cadeias de dunas são, que na mistura das divinas sensações, promessa viva brotar numa pedrinha de rubi, na fimbria, a expectativa do furor que se anuncie: nos ombros espalmada para alcançar-me rude, a morte na posição em que a libido se convença, em plena ressurreição, de que o mundo é mundo.

Karinna* e Miguel

bolhas de sabão, sensação, saudades em conta gotas




















Bolhas de sabão//Sensação//Saudades//Em conta gotas

Levam sonhos da infância//olhos no céu//nuvens ao léu//a colheita
Cada dia//paff!//na garupa do passado//cama fatal
Estoura uma//molhando a face//Lágrimas//da noite feita

Mardilê//Mary//Mardilê//Miguel

suicida fênix guerreira em luzente olimpo























Suicida//Fênix//Guerreira//Em Luzente Olimpo

morro//e renasço//revigorada//matizados desejos
em cada palavra//reconstruo-me//enfrento batalhas//amores inflamados
apagada...//torno-me luz//e saio vitoriosa//em minhas memórias

Karinna*//Mary//Mardilê//Miguel

sexta-feira, 2 de abril de 2010

















Harmonia em cor
Tom abaixo do vermelho
Cinge a serrania

Miguel

domingo, 21 de março de 2010

DECLARAÇÃO ZEN... MULTIPLIX


















Declaração//Zen// Universal//Imagem//Em sonho

Geme o vento//no olhar// a vida//perpassa//trespassada
Em sussurros//uma semente//em prece//como pétalas secas//no serrado
Segreda amor//devagar//circulando//na estrada da ilusão//gota a gota

Mardilê//Miguel // Karinna* //Mardilê//Miguel

sábado, 20 de março de 2010


















Constelações//Navegando //Lumes//Aurorescentes

em teus olhos//marejados//gotas de luz//em céu aberto
pousam//em pequenos barcos//sorvem//um mar de rosas
minhas estrelas//a boiarem em tuas íris//tuas angústias//e devaneios

Karinna*//Mary//Mardilê//Miguel




Mary Fioratti, poetisa de Cincinnati, Ohio - USA
Mardilê Fabre, poetisa de São Leopoldo, RS - BR
Karinna*, poetisa de Porto Alegre, RS - BR

RELICÁRIO ENCASTELADO, UM GUARDIÃO CÉLERE NA RETINA




Relicário//Encastelado//Um Guardião//Célere//Na Retina

Rica íris//o beijo//detentor//perturba a paz//volúpia
Fecunda//nua alegria//consagra//imagem enamorada//frágil
Um olho pleno//desvenda//minha vida//invadida pelas emoções//por um instante

Karinna*// Miguel // Karinna*// Mardilê // Miguel


Karinna* - Simone Karina, poetisa gaúcha
Mardilê - Mardilê Friedrich Fabre, poetisa gaúcha

segunda-feira, 8 de março de 2010

HAIKAI

















Um torpor alastra-se
raro, penetra o universo
estreladamente

Miguel-

segunda-feira, 1 de março de 2010

FLOR SILVESTRE




















FLOR SILVESTRE

Na febre de um desejo rés da pele
É tal e forte a chama inebriada
Que o ato faz-se toda a temporada
E o mundo se tranforma e se derrete

Na dança ornamental apalavrada
O meu desejo inventa e não repele
Para gozar a festa faz confete
Pois tudo é força mágica e suada

São dias animados de luxúria
Para aquecer a cor da confidência
E tal segredo saia da clausura

Como supostamente uma evidência
Modele a paixão que se afigura
Fazendo-a perfeita em florescência


Miguel Eduardo-

sábado, 20 de fevereiro de 2010

PELAS RUAS DO INSTINTO






















PELAS RUAS DO INSTINTO

Vendo os braços levantarem-se
Do vento arrancando aplausos
A cada passo dado sobre a fronte
E ao olhar imóvel e teso
Entre as pernas que encerram
Prendendo o tesouro em grades
São as mãos desentendendo-se
De tanto que se estapeiam
Pelos anais da provocação
Que aos poucos se desvenda
De um prazer arrebatado
Escancarando-se
Queimando em todo o lugar
Mar sem fundo em convulsão
Clamando em furor danado
À extravagante, curiosa e bela
Fruta saborosa no cio
Um espetáculo à parte

No quadro de um deserto
A sede e o oásis


Miguel-

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

PEDRA DESFERIDA


PEDRA DESFERIDA

Flagrante ironia
Humilde e refletida
É já ideal que devora
Faz excessos
Mas campeia escancarada

Não passa despercebida
Porque esperta, astuta
Ganha a cena, metáfrase
Que não deixa dúvida
Palavra expressa
Sou irreversível

Miguel-

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010




O FIM AVANÇANDO

É o coração que expia
Sombreada em luto
A ansiedade, essa
Que tira o foco
Chegada sempre
E interminada
Em fantasia
A mente avança
Recua, recruta
A efemeridade
Mas é rainha
Ou santa
Monitorada
Na cátedra sombria

Miguel Eduardo-

domingo, 14 de fevereiro de 2010




Estilizado

Tempo
É som
Em cor
Que se ilumina
Cio...
Se tudo é
O que prevejo
No espelho um candelabro
Oscila maravilhas
Em noite copulada
Esvai-se e fecunda...
Hora sonhada!

Miguel

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

PASSE LIVRE



Mão
Valida
Espalha-se
A vaidade verifica
Sabe a verdade sanguínea
Esgota-se o estoque de horas
Na pausa da noite passa
Cumplicidade fia-se
Brota segredo
Amanhece
Cria


Miguel Eduardo-

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010




Caminho-

Aos Idílios
em acordes
bulevares
meus bosques
mágicas manobras
desenho singular
fúrias...
Deusas Gregas!

Estofo Escarlate
que emociona
como é a Palmeira...
Artemis,um Jardim, na Floresta !

Miguel Eduardo-

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

ENQUANTO A BANDA PASSA



Enquanto a Banda Passa

Torna-se ópera fabulosa
Fatalidade da felicidade
Qualquer maneira de dissipar
A força, a moral e a fraqueza

Expressão alucinada
Quanto possível
Zumbe sinistra
E mesmo assim arrebata

Jamais sente ciúme
Do miserável rebanho
Foi anjo de outros
Decerto frívolo e capaz

Estado nefasto
De céu negro
Mais que sombrio
Eu te compreendo

Miguel Eduardo-

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010





SUCUMBÊNCIA

Triste, louco d'outra sorte
Na lembrança de qual sumo
Beber desejo sem norte

Que sobreviva sem humo
Em cenário que comporte
A sanha do ir sem rumo

Se a vida em sequela parca
O não menos preterido
Grande feito em que se arda
Faz tragicamente o rito

Vai potente e vil embarca
N'abadia ao bel sentido
Qual natura mais bastarda
Saber-se adorno bendito

Miguel Eduardo Gonçalves


quarta-feira, 27 de janeiro de 2010


















O BEIJO

De repente, o frescor da boca ávida
Em sua beleza ágil percorreu
Minha manhã de sol em brisa mágica

Segundo que surgiu do nada e ateu
Foi num dado momento fé didática
E então criando vida foi-se o breu

Altas resoluções aureolaram
A carne tenra, o rosto alvo e os passos
Que, como o ar no céu contido é lã
Alegria esquentou sentires lassos

Cenários inflamados coroaram
Pulsantes como ecos em mil braços
Carícias que se foram num afã
De fazer dos temores mil abraços

Miguel Eduardo Gonçalves

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

UNIVERSAL



Universal

A vida
Anseio
Das lantejoulas
Em cristais
Ousadamente...
Alentos.

Não tarda
Desejando provar
Em toque arrimo
A cerimônia...
Grande intento.

Arrimam-se
As partes
Belo misto
Pérola e púrpura
Em fruta...
Ardente impulso.

A folia
Doma
Um touro...
De costas
Na esparrela...
Sob as saias.

Eternizam-se
Guerreiros
Soberbo mundo
Em bela forma
Olímpica deidade
Alarga o estreito céu
Entre mim...

-signo que o ser entesa –

Miguel Eduardo

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

NO CIO



NO CIO

serpenteada
alveja
desdobra-se o espaço...
em pele
crispada
espada...
não finge
mima
o nu!

Miguel Eduardo

sábado, 16 de janeiro de 2010

O enredo



O enredo

Sem castigo
em prateados versos
onde a idéia persiste
melhor festa
o corpo cheio!
Mulher aos pedaços
um drinque à minha cobiça
as pernas trançadas
pedem um look...
Realçados destaques
em novos ânimos
espada de astro
e o timbre!
A lança...
Pela Alameda.

Miguel Eduardo

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A vida mostra aqui, não mostra lá... - Soneto



A vida mostra aqui, não mostra lá
O que diante dela se vislumbra.
Estrada é para todos como o ar
Carícia procurada que retumba...

Atores num tablado em tafetá
Tecido, exibem prova que deslumbra
Cinge as futilidades de um altar
E da crença, a tolice que os incumba.

Evidência glosada de um ser nulo
Egoísta e banal caricatura
De um veneno letal que o anula:

Uma linda mulher é seu casulo
Da explosão que ilumina como a cura...
Fingida, entretanto, só o adula!

Miguel Eduardo Gonçalves

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

MEIO



MEIO


Enfim
Eis o que sou
Persisto


Sou
Quem me vejo
Em ti


A teu fim
Sou matéria
E sentir

Miguel Eduardo-

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

ENIGMA - SONETO INVERTIDO



ENIGMA

Na minha mente dando de aforista
Tua língua escapa quando tu te findas
Viúvo sol do vento amoralista

Solta, pairante voz, lembrança à vista
De um estrelado cio de ideias lindas
No breu noturno acende ela ametista

A ver corando o dia incertas vezes
Ficasse eu só memória e pura crença
Qual uma escada ao céu levando adeuses
Por si demente e esguia ogiva intensa

No mar ser livre e langue tal sereia
Regada em vento bem para na ida
Dar-se em capricho ao ar e à muda areia
Como quisesse ser carícia e lida

Miguel Eduardo Gonçalves

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

CONFLITO DE INTERESSES



Conflito de Interesses

A inquietação dos perfumes
Nos ares da madrugada
Onde piscam vaga-lumes
Quetais olhares da amada
É afetação dos costumes
Por que a fada é contemplada
Pois se atormentam ciúmes
Por querê-la apaixonada
E com todas as centelhas
Desejando até tostar
Ser o mel de mil abelhas
Adoçando até melar

Miguel Eduardo-

sábado, 2 de janeiro de 2010

FIBHAIKU



Sol
Raro
Fulgor
Ensanguenta
De exultante incêndio
As nuvens que assomam ao céu


Miguel Eduardo-