quarta-feira, 23 de setembro de 2009

SENZALA - SONETO
















SENZALA

Se teus olhares seguem em segredo
Aonde alcance o mar o proibido
Espelhos entrevistos que são medo
Afligem tua insânia amor contido

Cenário que conduz a engano ledo
Nas cores do desejo remoído
Em que o mistério cede à voz mais cedo
Aquela voz mais forte e sem sentido

O meu querer é outro, é previsto
No foro expresso d’alma se regala
E se distrai enquanto o resto é quisto

Inúmeras quimeras de uma escala
Acordes dissonantes do imprevisto
Um coração quiçá como em senzala


Miguel Eduardo Gonçalves

2 comentários:

Beatriz Prestes disse...

Miguel......
Às vezes fico refletindo na arte de escrever.
No tanto que pode a palavra!
Sempre encontro uma essência que me emociona demais em tua poesia!
São aqueles sentimentos, colocações exatas para os turbilhões que às vezes assolam a alma!!!
Fiquei realmente muito emocionada com este poema!
Beijão Miguel!!
Bea

Anônimo disse...

Fazendo uso ou não do rigor de rimas e métricas, nos versos brancos ou livres, seja como forem teus versos são sempre cheios de lirismo, carregados de sentimentos.
Lindo teu soneto, Miguel, teu dom com as palavras é coisa rara.
Parabéns, poeta.

Beijos ternurentos

Clau Assi